Escola Alfa

     Entrei na escola Alfa aos dois anos e meio de idade e logo depois foi se observando que a minha dificuldade era na parte do raciocínio lógico. Depois de tudo isso, eu fui encaminhada a um neurologista que conseguiu confirmar o diagnóstico do meu quadro.

     Comecei a fazer outras atividades para melhorar o meu desenvolvimento, como terapia ocupacional, psicóloga, fonoaudióloga, psicopedagoga, fisioterapia e ecoterapia. Com todos esses estímulos fui melhorando a cada dia!!!! Um dos acontecimentos que mais me marcaram na minha infância foi quando eu aprendi a ler e a escrever aos 9 anos.

     Quando chegou a sexta série tive que mudar de escola, pela questão de um problema de horários. Posso dizer que foi uma das mudanças mais complicadas da minha vida e também um problema. É que nessa escola pra onde fui (não vou citar nome, pois não acho certo expô-la) tive que enfrentar a falta de adaptação curricular.

     Após um ano e meio conseguimos uma nova vaga na escola Alfa!!!!! Ahhh estava de volta ao local onde me sentia acolhida e feliz! Só que isso seria até ao oitavo ano.

     Depois de todas essas mudanças, minha mãe teve que ir a busca de uma escola, do qual se aceitava uma aluna de inclusão. Palavra essa que fechava todas as portas, mas mesmo assim não desistimos e continuamos lutando.

     Por sorte, conseguimos duas escolas: Colégio Portinari e Interativa. Bom...nós resolvemos optar pelo Portinari, que dia após dia, juntos com os profissionais de lá e professores, procuramos sempre melhorar cada vez mais a minha adaptação curricular, pois é um aprendizado constante.

     Na Escola Alfa tive muitos professores marcantes:

     Toda vez que falo da Escola Alfa fico muito alegre, porque foi muito mais que uma escola, foi como uma família pra mim.
Agradeço muito a vocês que sempre acreditaram em mim, me incentivaram a aprender mais e pelos estímulos que eu tive, de muito aprendizado e que valeu a pena toda à luta!

     O meu agradecimento especial é para cada professor, professora e também diretora e regentes.

     Obrigada a minha família por terem me colocado para estudar em uma escola tão maravilhosa, que só me fez bem, tanto emocionalmente, quanto intelectualmente. Sem minha mãe, meu pai e irmã, não sou nada, pois eu os amo muito!

Obs: Só não coloquei todos os membros docentes, porque são muitos, mas lembro de cada um deles com muito carinho.

Colégio Portinari

     Eu entrei no Colégio Portinari em 2014, para mim foi um ano de muitas mudanças. Ao mudar para uma escola nova, posso dizer que não foi algo fácil, pois estava com muito medo e na minha cabeça eu sempre pensava “como será que vai ser a escola nova?”. Sempre me questionava “será que as pessoas vão gostar de mim?”.

     Mas o tempo foi passando, eis que chegou o grande dia no colégio novo, vida nova!

     Eu estava feliz e, ao mesmo tempo, nervosa sobre aquela situação. De alguma maneira eu perguntava para a minha mãe “será que os professores vão conseguir lidar comigo e adaptar às minhas provas?”. Sei que não é algo fácil, pois todo docente (professor) tem que já ter um conhecimento sobre o que é a inclusão de fato, só que os professores não conheciam sobre a questão inclusiva da aluna “Melina”, foi uma mudança muito grande tanto para eles como professores, quanto para mim como aluna. O que sempre me preocupava era o “como será que vai ser?”. A minha mãe sempre falava: “cada coisa a o seu tempo.” 

     No primeiro dia de aula eu estava nervosa e minha mãe falou pra mim antes de eu ir: “Confie em você !!!!” Na hora que eu entrei na sala de aula vi aquele monte de gente, confesso que me senti perdida.  Mas tinha uma amiga que estudou comigo em outra escola, que já estudava lá, a Giovana, fiquei na mesma sala que ela (no 9º ano e 1º colegial).

     Isso já foi me dando uma segurança a mais, depois já fui vendo alguns rostinhos conhecidos e falei assim “eu te conheço”, “eu te conheço”. Era o meu amigo Nicolas, que já tinha estudado comigo, e a Flávia, também da mesma escola, então no Portinari tinha três alunos novos: Melina, Nicolas e Flávia.

     Meu amigo estava mais calmo que eu e falou pra mim: “fica calma Mel.”  Dentre outras aulas das quais não me lembro, a primeira aula que tivemos, na segunda-feira, foi história com o professor Lucas. Nem tinha começado a aula ainda, eu e o meu amigo sentamos perto, uma carteira do lado do outro. O professor de historia perguntou assim: “vocês são alunos novos? De onde vocês se conhecem?” Expliquei que a gente já se conhecia, pois tínhamos estudado na mesma escola. Depois o professor nos perguntou qual era a matéria preferida de cada aluno e eu falei artes. Dai cada aluno foi respondendo de acordo com que o professor perguntava.

     Quem nunca ficou apavorado no seu primeiro dia de aula??

     Com o decorrer do tempo eu fui me acostumando com o colégio e com os professores de lá, que são maravilhosos e sempre me trataram com muito carinho e respeito. A cada dia que passava a série que eu estava, nono ano, não era tão fácil assim.

     Lembro que ralei muito, também lutei para conseguir concluir o ensino fundamental. Sem a ajuda da minha família e da equipe pedagógica do Colégio Portinari eu não teria conseguido, o meu muito obrigada por terem me estimulado tanto na sala de aula e fora também. A vocês professores, agradeço por terem acreditado no meu potencial.

     Tive muitos professores marcantes no Colégio Portinari:

     Bom, depois que eu terminei o ensino fundamental eu continuei no Portinari, no ano de 2015. Dava início a mais um ciclo da minha vida: o 1º Colegial. Pensa em uma pessoa que estava com uma expectativa enorme, ao mesmo tempo feliz e com medo de como seria essa mudança, de como ficaria a questão do meu currículo adaptado. Isso era o que mais me preocupava no momento, mas minha mãe sempre falava que tinha que esperar e que tudo tem um tempo para acontecer.

     Sabia que seria um novo ano, com muita mudança no meu aprendizado e que a cada dia eu teria que enfrentar os desafios para superar as dificuldades que eu encontrava naquele período. Vou contar uma coisa pra vocês: uma das matérias que sempre tive dificuldade era a matemática, na verdade tenho até hoje. Tanto que na escola eu sempre precisei de adaptações nessa matéria e outras como: física, química, inglês, espanhol e outras.

     Sempre gostei muito da área de humanas (história, artes, geografia, filosofia, sociologia, literatura, português), tudo que envolve leituras, porque gosto muito de ler e leio até hoje.

     Continuando um pouco da minha fase escolar onde tive a oportunidade de aprender com outros professores:

   * Ponto final desse post:

    Faço um agradecimento especial a cada um desses professores!!!

    Mesmo que eu tivesse dificuldades nessas matérias, eu gostava das aulas deles. Obrigada a cada professor, vocês são top demais por acreditarem em mim e sempre me incentivavam a superar os obstáculos que eu encontrava.

    Naquele ciclo, que foi o terceiro colegial e durante esses quatro anos de Portinari, foram os anos mais felizes da minha vida. Eu aprendi com esses professores a nunca desistir.

    *À minha família também deixo o meu “Obrigada”, pois vocês são o meu alicerce nesse período de transição que foi o terceiro colegial à faculdade. Aos meus amigos de sala também do terceirão (2017) que onde vocês estiverem nunca desistam dos sonhos de vocês, pois sempre vai existir uma luz no fim do túnel de fé, esperança e alegria.  

    Um abraço da Mel.

Tudo que está em nossa volta pode nos fazer sentir de um jeito ou de outro. Às vezes deslocados ou até mesmo inseguros e por trás disso há uma mudança. Por exemplo, dentro da arte são existentes estilos e conceitos por meio de cada obra. Também é a forma do artista expressar a sua emoção. É seu lado racional por meio da pintura.

*Minha opinião: a beleza está nos olhos de quem vê .

A reflexão  de hoje é de Thomas Edson...vejam só que brilhante!!

A inclusão escolar  para mim é uma realidade.

Passei por várias mudanças de escola, por não haver uma adaptação curricular adequada. Muitas escolas têm dificuldade de trabalhar com a inclusão, e de receber alunos com limitações intelectuais. E por muitas vezes, a própria escola diz assim: “não estamos preparados para receber esse aluno”.

Acho frustrante você negar que aquele indivíduo estude em uma instituição de ensino. Você não poder ser aceito dentro de qualquer lugar. Isso dói demais.  

As escolas e universidades deveriam trabalhar mais com a inclusão escolar intelectual e social. Aprender mais conceitos sobre a inclusão, como por exemplo: o que é uma prova adaptada; materiais didáticos adaptados; recursos educacionais e pedagógicos.

Vivenciei algumas dificuldades na questão de prova adaptada. Não sabíamos como adaptar a prova para mim, a cada mudança de série e escola, levava as provas anteriores como modelo e a cada dia foi uma descoberta sobre a inclusão para alguns profissionais não conheciam a inclusão intelectual de fato. Achavam que era um bicho de sete cabeças,  mas não é.  A cada ano ficava ansiosa para saber se ia dar certo esse processo de adaptação, mas tinha que esperar um dia de cada vez, enquanto tudo ia se encaixar no seu devido lugar.                       

A inclusão  só vai acontecer se houver um trabalho conjunto com a escola e com a família. E quando mudarmos o nosso olhar sobre as diferenças.

A inclusão tem um caminho longo a se trilhar, mas venceremos.

    Exatamente  ao completar minha maior idade, 18 anos,   lanço  o  blog “Mel Spinosa”  e irei abordar  sobre a educação  inclusiva. 

    Ao longo do tempo, vocês irão me conhecendo um pouco.  

    Me chamo, MELINA, que significa jardim de Deus, mas adoro que me chamem de Mel. Dizem que tenho uma  personalidade doce, sou comunicativa, sensível. Gosto de artes, livros, pedras, moda, música (faço aulas de teclado na Cantata) e mesmo com desafios, não desisto!!!

    Nasci dia 01 de Junho de 1.998, em Londrina. Prematura de 7 meses, ainda tive uma anoxia leve, ou seja, falta de oxigênio na hora do parto. Nasci com 49,5cm e pesando apenas 1.560 kg.

    Com o passar do tempo que pudemos observar o que tinha afetado com relação ao meu desenvolvimento. A primeira coisa percebida foi o atraso para sentar,  engatinhar e andar. Aos 9 meses fiz a minha primeira sessão de fisioterapia e com 15 dias de sessões já estava sentando, porém andar mesmo foi apenas com 1 ano e 9 meses. Falar foi bem antes, com aproximadamente 1 ano de idade, e falo até hoje e muito!!!!

    Entrei na Escola Alfa com  2 anos e meio. Depois de um tempo percebeu-se a minha dificuldade no  raciocínio lógico, fui a um neurologista que confirmou o meu quadro e me encaminhou para uma terapeuta ocupacional. Depois veio fonoaudióloga, psicóloga, psicopedagoga e  ecoterapia. Com todos esses cuidados fui melhorando. Aprendi a ler e escrever com 9 anos (esse dia quero contar em outra oportunidade com detalhes).

    Na sexta série tive que mudar  de escola, por um problema de horários. Foi uma mudança  complicada e por não haver uma adaptação curricular adequada. Mas após um ano e meio, conseguimos uma nova vaga na escola Alfa, onde me sentia acolhida e feliz, mas isso seria ate o oitavo ano.

    Tivemos então que começar mais uma jornada, em busca de uma escola que aceitasse uma aluna de INCLUSÃO, palavra essa que como mágica fechava portas...mesmo assim, não desistimos e por sorte conseguimos duas escolas: Colégio Portinari  e Interativa. Resolvemos optar pelo Portinari, que dia após dia, junto com os profissionais e professores, procuramos melhorar cada vez mais a minha adaptação curricular e um aprendizado constante.

    Sei que uma das maiores dificuldades será encontrar uma faculdade que aceite a INCLUSÃO, mas não vou desistir dos meus sonhos. Tenho certeza de que farei um curso de História e me aprofundarei em História da Arte. 

    O principal objetivo de ter tido a ideia de escrever esse blog, que abordará como tema principal a educação inclusiva, foi o de ajudar as pessoas que passam pelos mesmos problemas que eu passei. Problemas de ser aceito nas escolas, por que algumas não estão preparadas para receber esse aluno com uma situação de dificuldade na aprendizagem. Isso chega a ser uma coisa frustrante, de você não poder ser aceito dentro de uma escola ou em qualquer outro lugar.

"Irmã... Podemos ficar dias sem nos falarmos, podemos brigar, podemos não concordar uma com a outra, podemos nos afastar por alguns dias, enfim, entre nós pode acontecer de tudo, mas eu tenho certeza que entre as duas existe um amor verdadeiro.

Quero lhe pedir desculpas pelos momentos que deixei você triste, pelos momentos que fiz você chorar, pelos momentos que falei palavras duras, pelos momentos que não ajudei você, e por todos os momentos em que de alguma forma eu deixei você mal, mas tenha toda certeza de que o fiz tentando acertar.

Quero você cada dia melhor, pois eu sei que além disso tudo, nós nos amamos. Te amo muito, e estou aqui para o que for preciso!"

#melhor parte de  mim#